Por que alguns carros não funcionam bem na conversão de GNV?

Acredito que esta seja a grande dúvida sobre conversão de combustível para GNV. Por que alguns carros rodam sem problemas algum, e outros ficam meses sem solução para os problemas apresentados na instalação do kit GNV?

O medo de todo motorista: ver esta lâmpada acesa!
O medo de todo motorista: ver esta lâmpada acesa!

Antes de aprofundar no assunto, vamos deixar claro uma coisa importante: o kit GNV é uma adaptação e, como qualquer uma, pode apresentar problemas. Pode também não funcionar em alguns veículos.

Um fabricante, quando desenvolve um novo veículo, faz exaustivos testes para ter certeza que seus carros apresentarão uma taxa muito baixa de falhas. Isto vale para o motor e a central eletrônica de comando do mesmo. Diversas calibrações e modificações são realizadas ao longo de meses para garantir que o motor tenha a melhor relação consumo / potência / emissão de poluentes possível.

Um dos equipamentos para simular o trânsito: dinamômetro
Um dos equipamentos para simular o trânsito: dinamômetro.

Esta calibração que é realizada é um dos “know-how” da indústria automobilística, são segredos tecnológicos que são guardados pelas montadoras. Cada montadora desenvolver o software de gerenciamento do motor de uma maneira diferente. Por isso os carros apresentam comportamentos e defeitos diferentes conforme a marca.

Voltemos ao GNV. Basicamente existem poucos modelos de kit GNV para atender toda uma variedade de marca e modelos de carro. Adaptar os kits nos mais variados tipos de injeção eletrônica é uma tarefa árdua. Não é simplesmente instalar o kit com uma receita de bolo e entregar o carro ao cliente. É necessário testar o carro até ter certeza que a conversão ficou com qualidade.

Antes de mais anda, ao realizar uma conversão para GNV, tenha certeza que seu veículo não apresenta problemas no funcionamento do combustível original (etanol, gasolina ou ambos). Qualquer defeito no combustível original será “amplificado” no GNV, e dificultará muito o correto funcionamento do mesmo.

O próximo passo para se evitar problemas nas instalações é garantir que o kit foi instalado conforme recomendações do fabricante. Nâo é difícil achar conversões onde os componentes não foram instalados de acordo com procedimentos do fabricante. Mangueiras sem abraçadeiras, componentes sem fixação, sensores instalados nos locais errados, alimentação elétrica vindo de circuitos não permitidos, são exemplos de erros cometidos nas conversões, por questões de economia de custos, velocidade e/ou falta de conhecimento.

A posição e modo de instalação seguem regras rígidas
A posição e modo de instalação seguem regras rígidas.

A calibração do kit é um item tão importante quanto a qualidade na instalação. Isto vale para os kits de 3ª e 5ª geração. Para os de terceira, é mais rápida, mas periodicamente deve ser feita uma revisão na calibração, pois o sistema não tem auto-regulagem. Para os de quinta geração a calibração é mais complexa e demorada. É necessário avaliar o funcionamento do carro em todos os regimes:

  • marcha-lenta;
  • marcha-lenta com acessórios (farol, ar-condicionado, etc);
  • média rotação;
  • alta rotação;
  • cut-off, dentre outros.

É um trabalho técnico que requer conhecimento do que está sendo feito. Não adianta modificar parâmetros na tentativa e erro até encontrar a calibração ideal.

A calibração de um kit 5ª geração é essencial para um bom funcionamento
A calibração de um kit 5ª geração é essencial para um bom funcionamento.

Sem os passos acima, pode até ser que o veículo, num primeiro momento funcione bem. Mas sem um ajuste ideal, a injeção eletrônica original do carro começará a trabalhar de forma para a qual não foi programada, e aí aparecem os erros. O GNV deve imitar o comportamento da melhor maneira possível do combustível original, de forma a interferir o mínimo possível nos parâmetros da ECU (unidade de controle do motor).

Ter um veículo convertido para GNV e não ter problema algum é um privilégio difícil de acontecer. Mas quando se realiza um serviço numa oficina onde existe qualidade no pós-venda, a situação se torna menos preocupante. Entenda que é normal algumas visitas à oficina até que seu veículo seja “afinado” no combustível gasoso.

7 Replies to “Por que alguns carros não funcionam bem na conversão de GNV?”

  1. Tenho um VW Voyage trendline 1.6 2018 já estou com ele a 7 meses e somente com o GNV o carro apresenta EPC, geralmente quando se liga o ar condicionado o problema é mais crônico. Já ajustei diversas vezes mas o problema continua! Me disseram que o módulo alguma vez por questões elétricas pode ter entrado em modo de proteção e está dando esse problema. Mas também me disseram que este carro pode ser incompatível com GNV. A loja que comprei o carro foi quem instalou o GNV, oque eu posso fazer? Já passei scaner e já resolvi tudo e o problema continua só quando é o GNV quem está ligado! No álcool o carro não apresenta nenhuma falha.

  2. Tenho uma SpaceFox , instalei o GNV agora , geração 3 e uso gasolina , na primeira partida demora um pouco a pegar e fica embolando por um tempo , depois normaliza. O que fazer?

  3. meu carro e um elantra 2015 automatico 2.0 estalei o kit gas 5 geracao e estou tendo problema ele esta com pouca .e quando em velocidade vai diminuindo c da umas engasgada. acho q so nao morre porque e automatico

    1. Melhor verificar em oficina logo este problema, carros com câmbio automático tem de estar com a regulagem do gnv bem realizada, senão pode forçar o câmbio automático (trancos na hora da troca das marchas, esticar muito as marchas, etc),

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